Naquele tempo, 31Jesus saiu de novo da região de Tiro, passou por Sidônia e continuou até o mar da Galileia, atravessando a região da Decápole.
32Trouxeram então um homem surdo, que falava com dificuldade, e pediram que Jesus lhe impusesse a mão.
33Jesus afastou-se com o homem, para fora da multidão; em seguida, colocou os dedos nos seus ouvidos, cuspiu e com a saliva tocou a língua dele. 34Olhando para o céu, suspirou e disse: “Efatá!”, que quer dizer: “Abre-te!”
35Imediatamente seus ouvidos se abriram, sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade.
36Jesus recomendou com insistência que não contassem a ninguém. Mas, quanto mais ele recomendava, mais eles divulgavam.
37Muito impressionados, diziam: “Ele tem feito bem todas as coisas: Aos surdos faz ouvir e aos mudos falar”.
Efatá
E se estivéssemos presos em uma prisão sem sabermos que é uma prisão, e
se estivéssemos presos a um grande mal sem que soubéssemos que era um grande mal,
teríamos portanto como sair deste dilema ?
Como seria possível ao homem libertar-se de uma coisa da qual ele não
sabe que existe e o aprisiona, como seria possível ao homem deixar as amarras de
uma prisão das quais os limites não são visíveis ?
Que terrível prisão, que terrível prisão, corra pra onde quiseres e
ainda estarás nela, viaje o mais longe que puder e ainda estará lá, faze o que
quiseres e dela não se afastará, ninguém lhe perseguirá.
Maldirão ainda que boa prisão, que bela prisão, festas, árvores, veja o
mar, e as mulheres, os animais os pássaros, existe festa, vinho, felicidade e
tristeza ás vezes, é a vida.
Dizia Santo Agostinho “A ignorância mais refinada é a ignorância da
própria ignorância. “
Surdos e mudos continuamos a viver dentro desta prisão, aprisionados
desde o abrir de nossos olhos sobre esta terra, teríamos portanto como sabermos
que presos estamos, ao animal é permitido sabê-lo que o é ?
Pode um cachorro ter consciência de que é um cachorro? Poderia então o
ser humano ter consciência do que realmente é?
Não, não saberíamos jamais, e continuaríamos a viver eternamente
aprisionados em nós mesmos, aprisionados a cada sentindo, ato ou palavra, aprisionados
em cada centímetro de nossas capacidades, ainda que extraordinárias não
deixariam de estar aprisionadas.