Durante anos dos quais experimentei a vida ao estilo "moderno" de ser, pude observar, ainda que estivesse completamente envolvido pelo mesmo, que o modelo de felicidade almejado por nossa sociedade e aceitado como real para maioria das pessoas não passava de uma grande mentira, mas eu estava lá, e queria mais.
Sempre mais, mais e mais, mais rápido, mais bonito, mais inteligente, mais sábio, mais projetado, mais dinheiro, mais sexo , mais drogas , mais novelas , mais músicas, mais barulho , mais poluição , mais violência, mais e mais e mais pessoas que querem mais embora não saibam o que lhes é de fato necessário, mais de alguma coisa que não se sabe ao certo o que é, e nem para que serve. Apenas MAIS.
MAS as leis da vida não foram criadas em cima das regras da sociedade, não foram criadas a partir do modelo socio-economico instituído, foram criadas por Deus em sua suprema e inalcansável sabedoria, e são por elas que tudo acontece, são elas que regem nossa vida e nossos dias.
Vivemos com os pés no paraíso MAS com a cabeça no inferno, vivemos diante de centenas de milagres diariamente MAS não podemos enxergá-los pois nós, nos roubamos o direito de vê-los, pois temos MAIS a fazer.
Observo como os jovens estão sempre tomados de uma fobia, de uma euforia de uma necessidade de se fazer alguma coisa no feriado, no final de semana, no final do expediente, no final da faculdade, no final da vida; Todos absolutamente tomados pela extrema necessidade de se fazer alguma coisa para se sentirem felizes e completos, ou pelo menos se enganarem para que possam ao mínimo chegar perto da novela das 8, são parte de um modelo de pensamento que não passa de uma falácia, uma mentira , uma ilusão vendida a preços cômodos e parcelas suaves a quem quiser pagá-las.
Paguei por anos metodicamente os boletos deste estilo de vida enganoso e infeliz, paguei por anos a preço de mercado o etanol por alguns momentos longe de minha realidade, paguei por anos a preços de mercado negro o THC para aliviar-me da preocupação, pagava também a preços de cartéis pela nicotina para aliviar a ansiedade, no fim eu pagava quase que sem perceber semanalmente a preços do mercado paralelo, porém não menos tabelado a cocaína para ter ânimo pois tudo já não tinha mais sentido e eu já nem sabia mais o que não tinha sentido.
Nunca assisti novelas, essa droga eu não cheguei a usar, nunca li livros de auto-ajuda, nunca tinha me encaixado em um modelo "normal" pois o "normal" eu também sabia não ser normal, mas não sabia o que seria então. Fui sempre muito bem sucedido nas escolas da vida, nas formações do intelecto, nas artimanhas da sociedade e suas regras fajutas e facilmente fraudadas.
A necessidade de estar chapado ao final da noite, de estar acabado de dançar ao final do baile, de estar de ressaca no outro dia, de ter um saldo gordo no banco, de ter ido a uma festa alucinante, de ter feito sexo, de ter ficado com 5 pessoas, de ter uma história pra contar pra alguém, não passam de uma busca por um prazer imediato que nos de sentido, que de sentido ou pelo menos justifique fisicamente que tudo pelo que nos forçamos a fazer para "sermos" felizes tem um motivo.
Mas então aonde está o sentido ? aonde está a verdade ? Comecemos a discorrer sobre aonde estão as mentiras, aonde está a completa falta de sentido do que fazemos diariamente sem nos dar conta de que estamos apenas perdendo o verdadeiro milagre da vida que Deus nos concede todos os dias e não podemos ver, pois o nosso MAIS toma tempo de MAIS.
O grande problema é que o que foi ignorado é sem dúvida o menos óbvio, é sem dúvida o menos evidente, é sem dúvida o que não pode ser comprado, o que não pode ser visto na TV, o que as músicas não expressam, o que as drogas não revelam, o que a sociedade "moderna" já perdeu a tempos, a tanto tempo que nem sabe mais que existe, mas está a nosso lado e presente sempre no final da noite, no final das Contas para nos dizer que isso não tem sentido. Alguém sabe ?
